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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Tancredo Neves por Almir Pazzianotto

 

Almir Pazzianotto Pinto


No dia 15 de março completaram-se vinte e cinco anos do final do regime militar. Eleito pelo colégio eleitoral - com a oposição do PT - o doutor Tancredo Neves, que atingira a idade de 75 anos no dia 10, preparava-se para a posse. Católico, assistira, na noite do dia 14, missa no Santuário Dom Bosco, rezada por dom João Resende Costa, arcebispo de Belo Horizonte.


Por volta de 21 horas, acometido de fortes dores, o doutor Tancredo foi levado ao Hospital de Base, em Brasília, para ser operado de complicações no divertículo. No dia 21 de abril, após longo sofrimento, o doutor Tancredo faleceu, trazendo irreparável vazio ao cenário político.


Raras vezes estive com o doutor Tancredo. À época era secretário do Trabalho do governo Franco Montoro. O primeiro encontro ocorreu no Palácio das Mangabeiras, sede do governo de Minas Gerais, em almoço do qual participaram líderes do PMDB. Em determinado momento, o governador pediu-me informações acerca da estrutura sindical. Disse-lhe o que pensava, destaquei o problema do peleguismo e declarei que a solução consistia na ratificação da Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da autonomia de organização e garante liberdade de sindicalização.


Com o doutor Tancredo já eleito, soube pelo doutor Roberto Gusmão, secretário de Governo, de iminente reunião com o doutor Francisco Dornelles, futuro Ministro da Fazenda. O encontro deu-se em São Paulo, ocasião na qual fui informado de que assumiria o Ministério do Trabalho. Nos últimos dias de fevereiro compareci à Granja do Torto, onde o doutor Tancredo recebeu-me, dizendo que me convocava para “sofrer com ele durante quatro anos”.


O decreto designando-me ministro acha-se assinado pelo doutor Tancredo na qualidade de presidente da República e é datado de 15 de março de 1985. Quem me entregou cópia foi o ministro-chefe da Casa Civil, José Hugo Castelo Branco, acompanhada de mensagem pessoal. O documento de posse contém o autógrafo do vice-presidente José Sarney.


Antes da nomeação já me encontrava incumbido da tarefa de negociar entendimento entre governo, patrões e trabalhadores. O doutor Tancredo julgava fundamental, para a recuperação econômica, e o sucesso do período de transição, que se fizesse algo semelhante aos pactos celebrados na Espanha, após a morte de Francisco Franco, em 1975, com a instituição do regime monárquico democrático. Seis importantes acordos, o primeiro conhecido como Pacto de Moncloa, haviam sido negociados, entre 1977 e 1984, pelo ministro Adolfo Suarez com a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT), para tornar possível, em clima de tranquilidade sindical, a estabilidade da moeda, a retomada do desenvolvimento e a criação de empregos. A revista Senhor, de 9 de janeiro de 1985, contém entrevista do doutor Tancredo a Mino Carta, na qual revela desejar “uma trégua para organizar o pacto social que poderá remeter o País a um novo patamar de crescimento”.


As reações ao pacto foram divergentes. Enquanto Joaquim dos Santos Andrade, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e da Conclat demonstrava reconhecer a crise e se revelava disposto a colaborar, a associação CUT-PT entrava em guerra contra o doutor Tancredo.


Antes de esboçar qualquer tentativa de se entender com o futuro governo, um desvairado Jair Meneguelli panfletava fábricas com a seguinte mensagem: “Metalúrgicos vão à greve contra o pacto”. O Jornal da Tarde, na edição de 11 de fevereiro daquele mesmo ano, estampava as manchetes: “A CUT e o PT declaram guerra a Tancredo”, “Os trabalhadores metalúrgicos do ABC vão à luta já, contra o pacto”.


Os fatos revelariam que PT e CUT não blefavam. Em abril, a CUT ocupou a fábrica da General Motors, instalada em São José dos Campos, submetendo a cárcere privado 370 funcionários, vítimas de violências e humilhações. Na manifestação de 1.º de maio, realizada na Praça da Sé, Meneguelli bradava: “Vamos parar o Brasil de norte a sul”. E o Brasil havia sido paralisado.


Em 24 de junho de 1985, o presidente Sarney convidou as lideranças sindicais para ampla reunião na Granja do Torto, a fim de se discutir como deter a inflação e reduzir perdas salariais. Compareceram todos à exceção da CUT, empenhada no boicote do governo.


Jamais saberemos como seria o Brasil se o doutor Tancredo houvesse governado. A história, porém, é implacável e registra que o PT e CUT foram os maiores responsáveis por vinte anos de atraso, até que o País voltasse à estabilidade e ao desenvolvimento graças ao Plano Real.


Almir Pazzianotto Pinto é advogado; foi ministro do Trabalho (1985-1988) e ministro do Tribunal Superior do Trabalho (1988-2002).

Um comentário:

  1. Salve 31 de março de 1964.

    Uma data que nos enche de orgulho, por representar o poder de vigilância e de ação das nossas gloriosas FFAA, com total responsabilidade cívica e comprometimento pátrio.

    Um dia para ser lembrado como a grande Vitória do Bem sobre o mal.

    Um dia comemorado por Homens e Mulheres de bem, cidadãos e cidadãs de boa índole, livres brasileiros de todas as etnias, cores, raças, religiões e classes sociais.

    Em torno do dia 31 de março, postam-se de mãos dadas, todos os brasileiros de Alma e Fé, que esperam em Deus uma saída digna para o Brasil, não importando a que custo se tenha que lograr a Vitória, mais uma vez a ser travada pelo Bem contra o mal.

    O 31 de março é também uma data cruel, que jamais se apagará da mente dos anarquistas subversivos de ontem e de hoje. Uma data que humilha, envergonha e aniquila o moral dos desgraçados vencidos, a quem, pelas FFAA, como única oferta, fora concedido, tão somente, o direito à rendição.

    Portanto, rejubilemo-nos no dia de hoje, e olhemos sempre para frente e para o alto, pois a História se nos oferece para ser consultada, e nela, poder-se-á conhecer que as nossas gloriosas FFAA jamais foram vencidas, pois souberam dar por cumpridas todas as missões que lhes foram impostas, em qualquer tempo e lugar, no Brasil e no exterior.

    Neste 31 de março, oremos!

    Elevemos o nosso pensamento e rendamos nossos sinceros agradecimentos àqueles que no cumprimento do dever, civis e militares, nos deram a liberdade, cedendo suas vidas à causa pátria, a maioria deles morrendo jovem para viver sempre.

    Cada brasileiro, reconheça ou não, tem uma eterna dívida de gratidão para com o Exército Brasileiro, pela sua firme e acertada decisão de sair às ruas naquele 31 de março de 1964, e mostrar aos comunas, ao país e ao mundo, o poder de sua estatura moral, deixando-lhes o recado de que o silêncio faz parte da estratégia e que há sempre o momento certo para agir, até mesmo para a tomada das mais complexas decisões.

    Neste dia 31 de março, reflitamos!

    Mudemos nossa forma de encarar o problema.

    Rechacemos todo e qualquer pensamento de dúvida, de descrença e de desesperança.

    Policiemos nossas mentes para enxergarmos o Brasil liberto, uno e soberano, definitivamente desinfectado da escória narco-comuna.

    Incondicionalmente, confiemos!

    Entendamos que nenhum exército do planeta, sai às ruas comunicando o que pensa, muito menos qual a sua intenção e suas ações futuras.

    Acreditemos em Deus, acima de tudo!

    Acreditemos na Vitória Universal do Bem sobre o mal.

    Acreditemos no Exército de Caxias.

    Acreditemos que o dia 31 de março de 1964 foi o prenúncio pacífico de uma grandiosa e definitiva ação corretiva, que a passos largos se aproxima do presente, desta vez mais desejada do que nunca pelo povo, manifestada fora das ruas e sem passeatas, sim, mas concentrando-se nos corações e mentes dos Brasileiros e Brasileiras de Boa Vontade, pelo Brasil a fora, que, ansiosos, aguardam por uma convocação, no momento oportuno.

    O Exército Brasileiro é o grande líder na paz e na guerra, e tem muito mais seguidores do que se imagina!!!

    Assim se verá!

    Salve o 31 de março de 1964.

    Salve as FFAA do Brasil.

    Salve o Povo Brasileiro.

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