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terça-feira, 13 de abril de 2010

Duas semanas após inauguração, porto desaba

 

Construção custou R$15 milhões e, ao receber visita da petista, há estava em operação há 3 meses

Obra foi inaugurada por Dilma e Nascimento; segundo Ministério dos Transportes, houve só desmontagem

LULA E DILMA, durante a inauguração de outra obra polêmica, o gasoduto Coari Manaus, na refinaria da Reman. No detalhe, o porto de Humaitá, que desabou após ter sido inaugurado pela pré-candidata petista há duas semanas

Paula Litaiff

MANAUS. Duas semanas após a ex-ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, inaugurar o porto flutuante do município de Humaitá (AM) - a 600 quilômetros a sudoeste de Manaus - a estrutura da obra desabou, no último dia 8. Ninguém ficou ferido.

Segundo informações de moradores da cidade, o porto não suportou a força da correnteza do Rio Madeira, e quase 70% de sua estrutura de ferro cederam. O porto é uma espécie de rampa onde os barcos ficam ancorados e onde ocorre o embarque e o desembarque de passageiros.

Testemunhas afirmaram que a correnteza do rio forçou parte da estrutura do porto, que se soltou das bases construídas no barranco. O presidente da Associação de Agricultores de Humaitá, Valdir Gomes, explicou que um cabo de aço que fixa uma das plataformas flutuantes do porto se soltou e fez com que parte da rampa se elevasse. No sábado, a sustentação da rampa flutuante não resistiu à força da correnteza.

Ministério diz que houve "desmontagem da rampa"

O porto foi inaugurado no dia 25 de março. No dia da inauguração, o então ministro dos Transportes e pré-candidato ao governo do Amazonas, Alfredo Nascimento (PR), estava no evento acompanhando Dilma e outros políticos do Amazonas.

A obra do porto de Humaitá custou R$15 milhões, sendo que 97% dos serviços foram custeados pelo Ministério dos Transportes e o restante, pela prefeitura do município. Os serviços foram iniciados no dia 12 de março de 2009 e finalizados quase nove meses depois. Quando a obra foi inaugurada, ela já estava em funcionamento há três meses.

O Ministério dos Transportes negou que tenha ocorrido o desabamento do posto. Segundo a assessoria, o que houve foi a desmontagem da rampa flutuante para a retirada de toras de árvores que estavam se acumulando sob o porto flutuante. Ainda de acordo com a assessoria, dois dias após o deslocamento do porto, o local voltou a operar e, "por precaução", mais duas "poitas" (espécie de âncora) foram colocadas para dar estabilidade ao terminal.

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