Por Flávio Anselmo
Carequinha exibindo a sua Medalha de Melhor Palhaço Moderno, ganho na Itália, 1964, acompanhado pelo mágico Miquey Baby (de turbante),Fred e do anão Meio Quilo.
A RECOMENDAÇÃO do técnico que examinava a lentidão atual e inexplicável do meu micro fez com que eu saísse atrás de arquivos antigos, já lidos, salvos e repetidos. Lembrei-me de uma conta Yahoo que desativei quando deixei um jornal da Capital e na qual chegavam os mais estapafúrdios recados. Só então, ao abri-la, lembrei que a dita estava na rede Genteminha, da rapaziada de Caratinga.
CURIOSO, fui abrindo algumas das 2.500 mensagens antes de deletá-las e interessei pelo bate-papo do meu amigo Wagner Martins, poeta, proseador e escritor, exilado voluntariamente nos santos ares de Sabará, devorando ora-pro-nóbis com costelinha, no almoço e no jantar. Que inveja! Sua interlocutora, a conterrânea Cristina Zopelar.
DECIDI botar a Trincheira na luta reclamada por Wagner, que até cita meu nome. E com ela convocar caratinguenses ilustres e importantes, fora da Santa Terrinha, como Ziraldo e sua Turma do Pereré, via Pedro Tatu Vieira; Zélio, meu ídolo no Sampa; Ruy Castro, que com certeza receberá a coluna via alguém; a jornalista Miriam Leitão; o maior cantor do Brasil, Aguinaldo Timóteo, professor Augusto Ferreira Neto, enfim todos aqueles defensores da cultura tupiniquim e de Caratinga, especificamente.
CLARO que aqueles que não deixaram o solo abençoado por São João Batista têm responsabilidade, também. Sylvio Abreu, Maxs Portes, Marilene Godinho, Edras, Camilinho, o secretário Juarez, os irmãos Leitão e até a turma que tem enganado com a história do novo Hospital Regional, sobre o qual falarei em outra oportunidade.
TRANSCREVO a seguir os assuntos:
WAGNER fala em sua mensagem a Cristina do órgão importado que se encontra em precárias condições na Matriz semi-destruída de Entre Folhas, hoje cidade, mas há alguns anos, distrito de Caratinga. Conheci o equipamento há uns quatro anos ao visitar EF em companhia de meu saudoso irmão Zito.
A IGREJA tem belíssimas pinturas de um artista local, Salvador Mantuano. Antes de Ney Franco, nome de destaque na arte do futebol nacional. EF teve Meio Quilo, que curti muito na TV Itacolomi e cheguei a trabalhar com ele pouco tempo na emissora. O meu mano Fábio Paceli, câmara da Itacolomi, conheceu bem o Meio Quilo.
NA PAPO de Wagner Martins e Cristina Zopelar se vê o desatino de pessoas que querem ajudar sua pobre cidade e não conseguem apoio.
O POETA de Sabará diz que o órgão é uma raridade “e me parece que temos somente três similares no Brasil ou em Minas. Sei que Mariana tem um”, informa ele. Do meu lado fiquei sabendo que existe outro em Congonhas.
EM QUALQUER outra cidade de prestígio a Fundação Roberto Marinho já teria tomado dinheiro do Governo pra se promover na restauração desses bens históricos.
NÃO CUSTA lembrar que o deputado federal Mauro Lopes nasceu lá. Tanto que a estrada entre a Rio-Bahia e Entre Folha anda um brinco. Mas, como cultura não dá voto, tá escondida no bolso traseiro do político e de outros que por lá arrecadaram alguns votinhos nas épocas devidas e não voltaram mais, como o tal de Marcelo Siqueira
ESCREVE mais proseador: “eu não tenho muitas vontades mais de ficar me preocupando com Entre Folhas não, porque, não gostam muito de minhas opiniões lá não; mas acho uma grande maldade, não reverenciarmos pessoas como o Fausto Meio Quilo e o Salvador Mantuano.”
“Fizeram um absurdo ao desmancharem o teto da igreja com aquelas obras de arte de Salvador. Aquilo poderia ter sido restaurado. Certa vez um cara escreveu um livro sobre Entre Folhas, gastou vários capítulos falando da construção da igreja e não fala uma linha de Salvador Mantuano. É um absurdo isso”.
CRISTINA presta outras lamentáveis informações: “sei sim da importância histórica do Órgão da Igreja Matriz, lindo, e não sabia que está nestas condições, você se esqueceu do sino da torre. Acho que os 2 foram doados pelo Vaticano à Paróquia de EF , se não me engano pelo Papa João XXIII”.
WAGNER Martins sugere que seja aberta campanha pra resgatar a memória de Fausto Meio Quilo, de Salvador, salvar o órgão da Igreja, reconstruir o templo.
ONDE podemos chegar, amigos, sem depender dos políticos, e conseguir tais verbas? Nada é impossível com a força cultural que Caratinga tem no País.
PARA QUEM ainda não sabe – Ziraldo, a Turma do Pereré, Zélio, Aguinaldo, professor Augusto, Ruy, e talvez Miriam, sabem – o anão Meio Quilo ou como informa Wagner “o Fausto Quinzim, o Palhaço Meio Quilo, fez parte da história do Cinema Novo”.
“FOI DIRIGIDO pelo grande Nelson Pereira dos Santos; contracenou com os maiores astros do cinema nacional, como Jofre Soares, Henriqueta Brieba, Hugo Carvana, Chico Anísio, Milton Morais, Dorinha Duval, Walter Dávila, Wilson Grei, Emiliano Queirós, Daniel Filho entre outros.”
“NEM uma ruazinha em Entre Folhas ou Caratinga – sua terra natal – a reverenciar sua memória. Fosse eu prefeito de uma dessas cidades, mandaria fazer uma estátua dele e a colocaria na praça principal”, reclama Wagner.
FINALMENTE, ele lembra aos homens de memória curta, como somos todos, que “Fausto, o Meio Quilo, fez a alegria de uma geração de crianças e moços. Era anunciado como atração do Circo do Carequinha: "O Circo do Carequinha, com Fred, Zumbi e Meio Quilo".
COM CERTEZA, meu caro Wagner Martins, - como me rotula minha netinha Ana Flávia de 4 aninhos – “letrozeiro” de primeira ordem, é preciso que façamos algo.
DO BLOG: FLÁVIO ANSELMO - DE PEITO ABERTO
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