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sábado, 19 de junho de 2010

DILMA RECUSA MAIS UM CONFRONTO COM SERRA E MARINA, AGORA NA CNA. EXPLICA-SE: ELA PRECISA NÃO EXISTIR PARA SER ELEITA

Por Reinaldo Azevedo

A candidata petista a Presidente, Dilma Rousseff, havia topado participar de uma sabatina promovida pelo portal UOL e pela Folha Online. Cancelou. Alegou problema de agenda — essa viagem que ela faz à Europa, sempre notando que a viagem é que se sobrepôs à sabatina, não o contrário. No dia 1º de julho, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) realiza também o seu encontro com os presidenciáveis, a exemplo do que fez a CNI, da Indústria. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) vão participar. A petista está, de novo, com problema de agenda.

Publiquei no blog o filme de duas curtas intervenções de Dilma na sua viagem à Europa. Fica evidenciada ali a sua dificuldade de se expressar com clareza — e não se sabe até onde isso é conseqüência da dificuldade de pensar com clareza. Os embates públicos, na primeiríssima fase da campanha, não lhe foram, com efeito, satisfatório. E o PT decidiu que Dilma falará sem opositores até quando for possível. E, no melhor dos mundos, assim seguirá até o fim.

Dilma quer evitar o efeito comparação. O maior temor, evidentemente, é Serra, com quem aparece empatada nas pesquisas. Mas o embate com Marina também não lhe é confortável. Num caso, teme a confrontação técnica; no outro, a, como posso dizer?, mitológica.

Serra não é exatamente um adversário a quem se possa responder com a tradicional chicana petista, que mistura supervalorização dos feitos de Lula — até setores do Ministério do Planejamento evidenciam a patacoada da fala oficial (ver abaixo) — com mistificação ideológica. Com o tucano, a velha saída à esquerda do petismo não funciona. De modo curioso até, os petistas insistem em afirmar, ainda que por vias tortas, que esquerdista mesmo é… Serra!!! Dilma fica sem discurso.

Com Marina, a coisa se opera em outro nível. Ainda que pouca gente entenda direito o que a candidata verde diz — ela goza de uma espécie de licença para ser genericamente boa, genericamente bem-intencionada e espantosamente contraditória —, o fato inegável é que a senadora tem a simpatia da audiência. Parece que Marina não mata nem barata antes de um diálogo produtivo sobre todas as implicações éticas de tal ato. Até acho que, no embate das duas, Dilma acaba sendo prejudicada mais por suas eventuais virtudes do que por seus defeitos. Mas e daí? Numa disputa eleitoral, esses discursos não-verbais, próprios das esferas de sentimentos, de sensações, contam muito.

Os analistas abduzidos pelo petismo tendem a afirmar que falta aos adversários de Dilma uma plataforma. Eu diria que, no confronto direto, quem, dos três, realmente não tem plataforma nenhuma que não seja a continuidade é Dilma Rousseff. Tirem-lhe Lula, e vamos ver o que sobra.

O confronto direto evidencia aquilo que o próprio Lula já revelou: há um buraco na cédula, onde “deveria” estar o nome dele. Como a legislação não permite, então vai o nome de Dilma mesmo…

Horário político, horário eleitoral, viagem ao exterior sem opositores para encher o saco… É o único caminho possível para a candidata do PT. Não exibi o filme em que José Eduardo Cardozo leva a mão à cabeça quando Dilma fala só para ser ranheta. Trata-se de um símbolo de uma candidatura.

A chance de Dilma ser eleita está em Dilma não existir. Lembremo-nos fala de Lula:
Vai ser a primeira eleição, desde que voltou (sic) as eleições diretas para presidente, que o meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio naquela cédula.

Dilma está no lugar do vazio. Lula quer eleger o vazio. E o vazio não quer o confronto porque não tem o que dizer. Nem mesmo pode ser socorrida pelas utopias de Marina.

A candidata petista a Presidente, Dilma Rousseff, havia topado participar de uma sabatina promovida pelo portal UOL e pela Folha Online. Cancelou. Alegou problema de agenda — essa viagem que ela faz à Europa, sempre notando que a viagem é que se sobrepôs à sabatina, não o contrário. No dia 1º de julho, a CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) realiza também o seu encontro com os presidenciáveis, a exemplo do que fez a CNI, da Indústria. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) vão participar. A petista está, de novo, com problema de agenda.

Publiquei no blog o filme de duas curtas intervenções de Dilma na sua viagem à Europa. Fica evidenciada ali a sua dificuldade de se expressar com clareza — e não se sabe até onde isso é conseqüência da dificuldade de pensar com clareza. Os embates públicos, na primeiríssima fase da campanha, não lhe foram, com efeito, satisfatório. E o PT decidiu que Dilma falará sem opositores até quando for possível. E, no melhor dos mundos, assim seguirá até o fim.

Dilma quer evitar o efeito comparação. O maior temor, evidentemente, é Serra, com quem aparece empatada nas pesquisas. Mas o embate com Marina também não lhe é confortável. Num caso, teme a confrontação técnica; no outro, a, como posso dizer?, mitológica.

Serra não é exatamente um adversário a quem se possa responder com a tradicional chicana petista, que mistura supervalorização dos feitos de Lula — até setores do Ministério do Planejamento evidenciam a patacoada da fala oficial (ver abaixo) — com mistificação ideológica. Com o tucano, a velha saída à esquerda do petismo não funciona. De modo curioso até, os petistas insistem em afirmar, ainda que por vias tortas, que esquerdista mesmo é… Serra!!! Dilma fica sem discurso.

Com Marina, a coisa se opera em outro nível. Ainda que pouca gente entenda direito o que a candidata verde diz — ela goza de uma espécie de licença para ser genericamente boa, genericamente bem-intencionada e espantosamente contraditória —, o fato inegável é que a senadora tem a simpatia da audiência. Parece que Marina não mata nem barata antes de um diálogo produtivo sobre todas as implicações éticas de tal ato. Até acho que, no embate das duas, Dilma acaba sendo prejudicada mais por suas eventuais virtudes do que por seus defeitos. Mas e daí? Numa disputa eleitoral, esses discursos não-verbais, próprios das esferas de sentimentos, de sensações, contam muito.

Os analistas abduzidos pelo petismo tendem a afirmar que falta aos adversários de Dilma uma plataforma. Eu diria que, no confronto direto, quem, dos três, realmente não tem plataforma nenhuma que não seja a continuidade é Dilma Rousseff. Tirem-lhe Lula, e vamos ver o que sobra.

O confronto direto evidencia aquilo que o próprio Lula já revelou: há um buraco na cédula, onde “deveria” estar o nome dele. Como a legislação não permite, então vai o nome de Dilma mesmo…

Horário político, horário eleitoral, viagem ao exterior sem opositores para encher o saco… É o único caminho possível para a candidata do PT. Não exibi o filme em que José Eduardo Cardozo leva a mão à cabeça quando Dilma fala só para ser ranheta. Trata-se de um símbolo de uma candidatura.

A chance de Dilma ser eleita está em Dilma não existir. Lembremo-nos fala de Lula:
Vai ser a primeira eleição, desde que voltou (sic) as eleições diretas para presidente, que o meu nome não vai estar na cédula. Vai haver um vazio naquela cédula.

Dilma está no lugar do vazio. Lula quer eleger o vazio. E o vazio não quer o confronto porque não tem o que dizer. Nem mesmo pode ser socorrida pelas utopias de Marina.



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