Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
Luiz Inácio Lula da Silva em breve será uma carta fora do baralho. É gastar muita cera com pouco defunto ficar falando em seu comportamento nada condizente com o cargo que ocupa só até 31 de dezembro.
Afinal, são poucos dias: 71 (setenta e um). Mas é que às vezes basta um minuto para um exemplo deitar raízes e frutificar. Como ontem.
Lula da Silva não seria Lula da Silva se conseguisse se portar de modo elegante, tomando duas atitudes: lastimar, como chefe de um partido político, que seus militantes tenham se comportado como os camisas pardas de antanho, chamá-los às falas e deixar bem claro que isso não mais seria tolerado; dar um telefonema para o candidato da oposição, perguntar por sua saúde e deplorar, com ele, o comportamento execrável de militantes políticos que agem como animais selvagens.
Preferiu ficar de acordo com a malta: fez sua análise do momento vivido por José Serra, baseado naquilo que vira ser feito muitas vezes em sua longa trajetória de sindicalista e que, pelo que temos visto e ouvido, acha perfeitamente natural que seja feito.
Se há caso em que um velho ditado português se aplica perfeitamente, é o dele: por fora bela viola, por dentro pão bolorento. De nada adiantou o banho de loja, o se acotovelar com os grandes deste mundo, os oito anos de mimos e paparicos. Não aprendeu nada.
Adquiriu umas expressões novas, seu vocabulário ficou ligeiramente maior, mas na hora de fazer uma comparação, ele precisa se valer do velho futebol, caso contrário, não tem como explicar o que lhe vai pela cabeça. E não conseguiu aprender o mínimo de polidez exigido de quem pretendia ocupar espaços ainda mais altos.
Desta vez nem original foi. Mal saiu a notícia da agressão sofrida por José Serra, já tinha muito leitor/militante neste blog comparando a situação do ex-governador com a do jogador Rojas. Lula da Silva usou as mesmas palavras que podem ser vistas nos arquivos do blog. Nem criar uma imagem nova criou... Conseguiu foi fazer um papelão!
Isso teria a pouca importância que deveria ter, dados os tais setenta e um dias que faltam, se não fosse o fato de sua herdeira presuntiva ter, de imediato, adotado a mesma imagem, a mesma linguagem, sem tirar nem por. Ela só fez uma observação original: é preciso saber se “esquivar”. Dos projéteis, naturalmente. O tal do saber de experiência feito!
O exemplo deitou fundas raízes, como podemos ver, e não adianta nos iludirmos: se ela vencer as eleições, ficará tudo como está e o Brasil, que repele com orgulho descabido ser considerado um vira-lata, vai continuar a não poder desfilar nos kennelclubes da vida.
Votei em Marina Silva. Como eu, muita gente que não quer a continuidade do que aí está. Nem vestida de azul, muito menos de vermelho. E pretendia votar nulo ou não votar.
Mas Lula da Silva conseguiu espicaçar meu espírito. Primeiro, por não ter dito nem uma palavra de reprovação sobre os acontecimentos de 20 de outubro. E depois, por ter sido grosseiro, indelicado, injusto, com um médico a quem respeito e a quem muito admiro: o Dr. Jacob Kligerman, por quem já fui operada, em 1992. Conheço seu trabalho no INCA. Ele é um Médico e não um beldroegas que se prestaria ao papel que Lula da Silva lhe atribuiu.
Diante disso, e bastante assustada com as cenas que vi na televisão, tanto aqui no Rio quanto em Caxias do Sul, estou resolvida, voto Serra e farei o possível para convencer outras pessoas a fazerem o mesmo.
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