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sábado, 30 de abril de 2011

Quando todos os recursos falham (última devocional de Davi Wilkerson '1931-2011'')

 



Última devocional de David Wilkerson postada no site de seu ministério, quarta feira, 27 de abril 2011, quando o Senhor levou esse servo para si, falecido num acidente de carro.


Mas como ele mesmo escreveu nessa devocional: "Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente"


O Senhor seja louvado!
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Crer quando todos os recursos fracassam agrada muitíssimo a Deus e é altamente aceito por ele. Jesus disse a Tomé "Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram." João 20:29


Bem aventurados os que crêem quando não existe evidência de uma resposta a sua oração. Bem aventurados aqueles que confiam mais além da esperança quando todos os meios fracassaram.


Alguém chegou a um lugar de desespero, ao final da esperança e ao término de todo recurso. Um ser querido enfrenta a morte, e os médicos não dão esperança. A morte parece inevitável. A esperança se foi. Orou pelo milagre, porem, esse não aconteceu.


É nesse momento quando as legiões de Satanás se dirigem a atacar sua mente com medo, ira e perguntas opressivas como "Onde está teu Deus? Você orou até não lhe restaram lágrimas, jejuou, permaneceu nas promessas e confiou" Pensamentos blasfemos penetraram em sua mente: "A oração falhou, a fé falhou. Não vou abandonar a Deus, porem não confiarei Nele nunca mais. Não vale a pena!" Até mesmo perguntas sobre a existência de Deus acometem sua mente!


Tudo isso foi dispositivos que Satanás empregou durante séculos. Alguns dos homens e mulheres mais piedosos de todas as eras viveram tais ataques demoníacos.


Para aqueles que passam pelo vale da sombra da morte, ouçam essas palavras:
O pranto durará algumas tenebrosas e terríveis noites, mas em meio a essa escuridão logo se ouvirá o sussurro do Pai: "Eu estou contigo. Nesse momento não posso lhe dizer por que, mas um dia tudo terá sentido. Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente. Não foi um fracasso da tua parte. Agarre-se com força. Deixe Eu te abraçar nessa hora de dor".


Amado, Deus nunca deixou de atuar em bondade e amor. Quando todos os recursos falham, Seu amor prevalece: Aferre-se a sua fé. Permaneça firme em Sua Palavra. Não há outra esperança nesse mundo.

Fonte: worldchallenge.org

tradução: Armando Marcos
Via: [ Projeto Spurgeon ]

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O Rev. David Wilkerson, 79 anos, fundador da Times Square Church, faleceu nesta quarta-feira em um acidente de carro numa rodovia do Texas. Ficou bastante conhecido no Brasil através de seu livro "A Cruz e o Punhal", bem como pelo video publicado no youtube onde ele denuncia os desvios doutrinários chorando em um sermão (veja abaixo).

 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Carta do Zé agricultor para Pedro da cidade

do Blog do Lúcio Neto de Lúcio Neto

Prezado Pedro, quanto tempo.


Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.


Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Pedro?


Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura estamos destruindo o meio ambiente.

Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APP que criaram aqui na vizinhança.


Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Pedro?


Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?


Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Pedro? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.


Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Pedro, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.


Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.


Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Pedro, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?


Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.


Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Pedro? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.


Tô preocupado Pedro, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.


Eu vou morar ai com vocês, Pedro. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.


Até mais Pedro.


Ah, desculpe Pedro, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio. 


(Todos os fatos e situações de multas e exigências são baseados em dados verdadeiros. A sátira não visa atenuar responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desigual e discricionário entre o meio rural e o meio urbano.)

Bom exemplo de motorista que devolveu R$ 74 mil ao dono vira motivo de chacota

 

Selma Schmidt

RIO - O bom exemplo do motorista Joilson Chagas, de 31 anos, que devolveu ao dono os R$ 74.800,00 encontrados no ônibus que dirigia, na semana passada, virou motivo de chacota de alguns colegas.Ele lamentou que, enquanto descansava no dormitório da empresa, em Nova Friburgo, jogaram o seu crachá no vaso sanitário e escreveram na parede do banheiro "Chagas otário". Chagas - que perdeu a casa na enxurrada de janeiro - não se arrepende de seu gesto:

- O dinheiro não era meu. É bom ficar com o que é nosso.

Em casa, o motorista recebeu o apoio da mulher - grávida de cinco meses - e do filho de 14 anos.

- Espero que meu filho chegue na minha idade com a minha cabeça - disse ele.

Já a Viação 1001, onde Chagas trabalha há quatro anos e meio e ganha cerca de R$ 1.400,00 por mês, quer valorizar a sua atitude. A empresa informou que estão sendo estudadas uma homenagem e até uma promoção.


O dono do dinheiro é um agricultor de cerca de 80 anos, que não quer ser identificado. Ele embarcou num ônibus em Friburgo, que parou na Rodoviária Novo Rio e no Terminal Menezes Côrtes. No fim da viagem, ao fazer a inspeção de rotina após o desembarque dos passageiros, Chagas encontrou um celular na poltrona 13 e um pacote junto à janela:

- Botei o pacote na poltrona e abri. Nunca vi tanto dinheiro. Estava enrolado em papel de pão e amarrado com barbante.

Chagas entrou em contato com seu chefe e retornou a Friburgo para entregar o pacote na sua empresa. Ao chegar ao terminal, avistou um senhor chorando e, na conversa com ele, descobriu tratar-se do dono do dinheiro. O homem ofereceu R$ 2 mil como recompensa, que o motorista não aceitou. O filho dele, então, entregou um relógio, pedindo que Chagas guardasse como lembrança.

- Vi a simplicidade do senhor. Achava que tinha perdido o pacote num bar no Largo da Carioca. Ele contou quetinha vendido um veículo para pagar o tratamento de saúde de uma filha.

O GLOBO/GLOBO VÍDEOS

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Deputado do PDT que rejeitou benefícios cria inimigos na Câmara

 

Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Em Brasília

 

José Antônio Reguffe (PDT-DF) foi o deputado proporcionalmente mais votado do país nas eleiçõesJosé Antônio Reguffe (PDT-DF) foi o deputado proporcionalmente
mais votado do país nas eleições

"Eu quero falar sobre as minhas propostas. As propostas." Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) quer evitar rótulos depois de já ter se tornado um incômodo para vários colegas. Novato na Câmara, abriu mão de uma série de benefícios, de forma irrevogável e sem precedentes. Defensor da austeridade no Congresso, onde é chamado de demagogo e de Dom Quixote por (muitos) adversários, ele cobra mais ousadia nos cortes de gastos públicos do governo da presidente Dilma Rousseff.

Com mais de 266 mil votos, ou 19% dos eleitores no Distrito Federal, o economista carioca ganhou destaque na Câmara Distrital durante o escândalo que levou à queda do então governador, José Roberto Arruda. Lá, tomou medidas semelhantes às que adotou no Congresso Nacional no início de seu primeiro mandato. Abriu mão dos 14º e 15º salários, rejeitou a cota de passagens aéreas, fixou em nove o número de assessores de gabinete –poderiam ser 25–, e descartou receber qualquer verba indenizatória até o fim do mandato. 

"Se o político faz algo errado, jogam pedra. Se faz o que é certo, querem julgar a intenção. Eu pelo menos estou fazendo a minha parte. Tudo que eu proponho eu dou exemplo antes no meu gabinete", disse Reguffe ao UOL Notícias. "Quem dera tantos fossem demagogos como eles acham que eu sou. O contribuinte agradeceria. A população hoje não acredita na classe política. Isso é culpa dos personagens, por desvios éticos inaceitáveis. Mas também é culpa do sistema como um todo. Um sistema que os políticos profissionais não querem mudar."

De acordo com cálculos do pedetista, ao final do seu mandato ele terá economizado aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões com suas medidas. Se todos os 513 deputados tomassem as mesmas iniciativas, a economia seria de mais de R$ 1,2 bilhão –embora esteja nesse valor o auxílio-moradia, fundamental para parlamentares de fora de Brasília. "Podem me criticar por qualquer coisa, menos dizer que eu não fiz no meu mandato exatamente o que disse que ia fazer na minha campanha”, afirma Reguffe. "Isso que fiz é compromisso de campanha."

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Deputado rejeita benefícios e cria inimigos na Câmara

Foto 1 de 5 - Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) abriu mão de uma série de benefícios na Câmara, de forma irrevogável e sem precedentes, o que gerou inimizades Divulgação

Foto 2 de 5 - Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) abriu mão de uma série de benefícios na Câmara, de forma irrevogável e sem precedentes, o que gerou inimizades Divulgação

Foto 3 de 5 - Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) abriu mão de uma série de benefícios na Câmara, de forma irrevogável e sem precedentes, o que gerou inimizades Divulgação

Foto 4 de 5 - Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) abriu mão de uma série de benefícios na Câmara, de forma irrevogável e sem precedentes, o que gerou inimizades Divulgação

Foto 5 de 5 - Deputado proporcionalmente mais votado do país aos 38 anos de idade, José Antônio Reguffe (PDT-DF) abriu mão de uma série de benefícios na Câmara, de forma irrevogável e sem precedentes, o que gerou inimizades Divulgação

Governo e propostas

Eleitor de Marina Silva (PV) na disputa presidencial, o pedetista aprova as medidas "impopulares, mas necessárias" de Dilma na área econômica, como o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) no uso de cartão de crédito no exterior e os cortes no orçamento, que superam os R$ 50 bilhões. Mas acredita que é pouco diante do "governo gordo" que gasta 90% do que arrecada com custeio da máquina. "O Estado tem de ser eficiente. Precisamos fazer um choque de gestão para que o Estado cumpra sua função", disse.

Um dos alvos do deputado em seus primeiros meses de Congresso é o projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo, aprovado esta semana e que destinará R$ 20 bilhões em financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a uma obra que ele considera "uma corrupção das prioridades". “Temos que investir em educação, saúde e segurança pública. Não é prioridade construir um trem”, disse ele, pausadamente, por conta de uma gripe pesada, mas que não o impediu de ir às votações na Câmara na quarta-feira (13).

O deputado defende, entre outras medidas de austeridade, a redução do número de ministérios e dos cargos de confiança. Ele também defende uma correção nos limites de isenção da tabela de Imposto de Renda, o que aliviaria a carga tributária sobre assalariados e membros da classe média. "O governo só propõe corrigir a tabela em 4,5%, abaixo da inflação no período. Se usarmos o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 1%, podemos diminuir a defasagem na tabela. A proposta atual aumenta mais a carga tributária", disse.

Ao lado de colegas que o criticam e fazem piada do seu jeito espartano, ele atua na comissão pela reforma política com cinco propostas: acabar com a reeleição para cargos majoritários e limitação de uma recondução em cargos legislativos; voto distrital; fim do voto obrigatório; abertura para revogação de mandatos de eleitos que não cumpram seus compromissos e campanha e financiamento público de campanha, com possibilidades idênticas para todos os partidos. "Tem de ganhar pelo conteúdo, e hoje é uma competição para arrecadar", avalia.

Da mesma forma que fez na Câmara Distrital, onde não faltou em nenhuma sessão ordinária ao longo de seu mandato, Reguffe participa da Comissão de Defesa do Consumidor no Congresso. Defende o fim da assinatura básica de telefone, água e luz.  Os planos de saúde também atraem a antipatia do pedetista. "Precisam ser fiscalizados", afirmou. Simpatia ele só se permite ter em público pelo catolicismo –frequenta missas todos os domingos– e pelo Flamengo. "Nenhum dos dois é por demagogia", brinca. "Nem o resto."

BRASIL DE TOLOS : “Era uma casa, muito engraçada. Não tinha teto, não tinha nada”

 

“Era uma casa, muito engraçada. Não tinha teto, não tinha nada”.
A letra da canção soa divertida, mas em Governador Valadares, região Leste de Minas Gerais, tomou forma de descaso.


Um conjunto habitacional construído pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, para retirar famílias de uma área de risco, foi erguido em terreno condenado.


De 96 moradias, 14 estão sem condições de uso, ameaçadas por erosão, conforme relatórios do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil e da prefeitura.


Oito famílias foram removidas.


Entre as residências interditadas, que já foram parcialmente demolidas para evitar invasões, está a visitada e usada como modelo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração do conjunto, em fevereiro de 2010, quando esteve na cidade ao lado da então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.


O conjunto, construído próximo à encosta de um morro às margens da BR-116, custou, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), R$ 18,8 milhões, segundo dados do Ministério das Cidades. Serviria para abrigar moradores do bairro vizinho de Altinópolis, do outro lado da rodovia, onde morava a cozinheira Luciene Pereira, 48 anos, dona da casa visitada pela comitiva presidencial.


“O Lula reconheceu que ainda faltavam coisas. Afirmou que mandaria colocar cerâmica no piso e muro. Cumpriu a promessa, mas acabei ficando sem ter onde morar”, relata a ex-moradora, transferida pela prefeitura para um bairro próximo. Entrou em um programa de auxílio aluguel.


“Mas não pagam tudo. O aluguel é de R$ 450. Dão R$ 300 e atrasam o repasse. Lá, era nosso”, reclama a cozinheira”, que mora com a filha, o genro e duas netas.
Menos de um ano depois de entrar na casa própria, foi obrigada a sair em 30 de dezembro, às vésperas do réveillon. “Falaram que a casa ia cair por causa das chuvas”, conta Luciene. “Hoje temos de deixar de comer um pedaço de carne para pagar parte do aluguel”.


O secretário municipal de Assistência Social, Jaime Luiz Rodrigues Júnior, admitiu atraso nos pagamentos, mas afirmou que os repasses serão regularizados.
O secretário de Obras de Governador Valadares, Cézar Coelho de Oliveira, afirma que a prefeitura vem tentando convencer as seis famílias moradoras das casas condenadas que relutam em deixar o conjunto habitacional.


Todas correm risco, assume o secretário, sobretudo nos períodos de chuva.


Cézar afirma que a atual administração da cidade, que tem a ex-deputada estadual Elisa Costa (PT) como prefeita, não foi a responsável pelo início das obras. “A indicação foi feita no governo anterior”, argumenta. O antecessor de Elisa é o atual deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB).


Questionado se a obra não poderia ser paralisada, já que se tratava de um terreno condenado, o secretário afirmou que apenas parte da área está sob risco e que a suspensão não seria possível porque o projeto já estava “80% concluído”.


Erosão


Segundo Cézar Coelho, o morro onde o conjunto Palmeiras foi construído tem três pontos de erosão. O mais grave está voltado para a BR-116 e, conforme a prefeitura, depende de obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para ser contido.


A reportagem tentou contato com o responsável pelo Dnit em Governador Valadares, Ricardo Luiz de Freitas, mas não obteve retorno. Segundo o ex-prefeito Bonifácio Mourão, o terreno foi indicado com base em laudos elaborados por engenheiros da prefeitura. O deputado ressaltou que a área foi fiscalizada e aprovada também pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


“Não havia risco à época da escolha, no fim de 2007”, diz. Além disso, o deputado atribuiu a obras do Dnit para duplicação da rodovia Rio-Bahia o surgimento dos problemas. “A obra causou um assoreamento que não existia anteriormente”, afirma.


Mesmo com ruas asfaltadas, linha de ônibus e saneamento, o conjunto habitacional perdeu em qualidade de vida. As oito casas que começaram a ser demolidas — as residências têm tamanho padrão de dois quartos, sala, banheiro e cozinha — passaram a ser utilizadas como depósito de lixo.


Dentro das casas, o acúmulo de entulho da demolição favorece o surgimento de insetos.


Responsável pelo repasse de recursos do PAC, o Ministério das Cidades informou, pela assessoria, que não havia ninguém para falar sobre as obras do programa em Governador Valadares.


Leonardo Augusto e Maria Clara Prates Correio Braziliense